Da artista Beatriz Horta Correia
Da artista Beatriz Horta Correia
Museu Nacional de História Natural e da Ciência
Beatriz Horta Correia sempre se interessou pela botânica de um modo geral, e muito em especial pelos herbários, não só enquanto arquivos de material botânico mas também pela sua vertente plástica.
No seu trabalho a presença da natureza é quase uma constante. Investiga ideias e modos de representação e percepção, fundindo diferentes tipos de representação onde memórias e experiências vividas se cruzam. Muitas destas representações não têm uma ligação directa com a realidade, mas sim muitas vezes com a memória das mesmas.
A exposição Nada se perde, tudo se transforma é o trabalho que a artista realizou a partir da visita que fez ao extraordinário herbário do Museu, de passeios pelo jardim botânico e outros percursos por espaços de floresta e natureza.
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E afinal tudo é memória
por Sofia Marçal
A ligação da Natureza com a Química é o ponto de partida e o conceito da exposição Nada se perde, tudo se transforma de Beatriz Horta Correia. A artista quando idealizou realizar uma exposição no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, pretendeu apropriar-se do passado deste Laboratório de Química Analítica e da sua localização junto ao Jardim Botânico.
Beatriz Horta Correia quer que a exposição tenha relação com o lugar. Embora já tendo sido um laboratório, o espaço não está pré-concebido e pré-organizado e o resultado da sua intervenção artística e da relação dinâmica com o espaço, vai-lhe devolver uma nova leitura e interpretação. “No momento em que a Arte vem à luz, começa a nova etapa da arte. Daí em diante, qualquer das atividades aí reunidas passa a ser uma atividade profundamente problemática, com todos os seus procedimentos e, em última instância, com o seu próprio direito de existir sendo passíveis de questionamento.”[1] (Ler mais)